PREFERÊNCIAS. Quando haviam fundos disponíveis e em abundância para o efeito, os governos socialistas de José Sócrates, prefiram outras estradas, outras autoestradas, outros investimentos. Hoje, como se vê, muitos deles pouco ou nada utilizados. Foi o tempo das autoestradas sem carros (A32, A41 e A43) e dos aeroportos sem aviões (Beja) que endividaram fortemente o país.
ESQUECIMENTO. Em contrapartida, foram esquecidas as infraestruturas rodoviárias reprodutivas, facilitadoras do processo exportador e habilitadas a reduzir os custos de contexto das empresas. A alternativa à N14 é disso um bom exemplo.
REALISMO. Com o país a atravessar uma gravíssima crise, sem financiamento externo ajustado e com os cofres públicos exauridos, o anterior Governo do PSD/CDS-PP, tinha de encontrar, e encontrou, uma solução infraestrutural diferente da inicial, concertada com os autarcas, menos custosa para o erário público, mas igualmente eficiente.
MENTIRAS. Com o novo governo socialista temos assistido a um ciclo de mentiras. O novo executivo não quer que se saiba a verdadeira razão do adiamento da construção da alternativa à N14. Por isso mentiu e mente. Mentiu quando disse que a obra não estava cabimentada. Mentiu quando, no último dia da apresentação de propostas do concurso público da primeira fase, afirmou que precisava de reavaliar o projeto. Mente agora, quando diz que a obra só pode ser feita de forma integral, depois de ter assumido como boa a sua execução em quatro fases.
VERDADES. Em setembro de 2015, o anterior Governo cabimentou e lançou a concurso a primeira fase da obra. Desde finais de junho que o atual Governo está em condições de proceder à sua adjudicação, mas preferiu adiá-la para março de 2017. Podia e devia ter adjudicado os projetos para a segunda fase, mas optou por deixar o concurso em banho maria. Lá mais para a frente voltará a mentir. O Governo não quer que se saiba que desviou para outros gastos correntes do Estado, mais de 80% do dinheiro da Contribuição do Serviço Rodoviário que é devido à Infraestruturas de Portugal (845 milhões em 2016). As suas escolhas obrigam-no a fazê-lo novamente em 2017. O adiamento da alternativa à N14 não é uma necessidade é uma opção politica.
Jorge Paulo Oliveira
Vice-Presidente da Comissão Política Concelhia do PSD de Famalicão