Quando não aprenderam nada

SOARES. O socialista que enfrentou o Partido Comunista Português e a extrema-esquerda, que lutou contra a servidão soviética, que se opôs à tentativa de implementação de uma ditadura do proletariado, deixa-nos, com o seu PS no Governo, aliado a comunistas e bloquistas, de mão dada com os grandes derrotados do 25 de novembro de 1975 que queriam, e continuam a querer, impor a sua visão da sociedade a todos os outros. Mário Soares, que apontou a Europa como o novo destino português, partiu, curiosamente, com o seu PS algemado a partidos antieuropeístas, que jamais aderirão às causas da moeda única e da disciplina orçamental.

JUSTIÇA. Não possuem, em permanência, magistrados judiciais ou do Ministério Público, nem neles se fazem julgamentos. Os cidadãos não conseguem obter informações sobre os seus processos judiciais pendentes e arriscam-se a ter de abandonar as instalações sempre que a única funcionária tenha de ir à casa de banho. Esta é a realidade das duas dezenas de tribunais que o governo diz ter reaberto. Mas só por brincadeira se pode chamar de “tribunais” a algo que se reduz a um balcão onde se prestam menos serviços que num qualquer Espaço de Cidadão.

CINISMO. Em 2016, a dívida dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde aumentou, em média, 27,2 milhões de euros por mês. As unidades hospitalares e de cuidados de saúde primários perderam recursos. As urgências entraram em rutura e descontrolo. Este é o estado da “saúde” em Portugal. Este é o resultado das politicas do governo. Ver comunistas e bloquistas a queixarem-se da politica que está a ser executada pelo governo que viabilizaram, que apoiam e cujos sucessivos Orçamentos do Estado aprovam e aplaudem, fazendo de conta que não é nada com eles, é um repugnante exercício de cinismo e hipocrisia politica.

JUROS. Com Passos Coelho ainda no governo as taxas de juro da divida publica portuguesa, rondavam os 1,5%. As mesmas da Espanha. Com António Costa no governo as taxas de juro já ultrapassaram os 4%. A Espanha continua com os mesmos 1,5%. Os socialistas dizem que isso nada tem a ver com Portugal, o mesmo que diziam no tempo de José Sócrates, uns meses antes da bancarrota.


Jorge Paulo Oliveira
Vice-Presidente da Comissão Política Concelhia do PSD de Famalicão

(artigo publicado na edição de 12 de janeiro de 2017 do jornal Cidade Hoje)

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