30-11-3016
ÓDIO. A Mariana Mortágua sentenciou que era preciso perder a vergonha “de ir buscar dinheiro a quem está a acumular dinheiro”. A geringonça obedeceu e para a história nascia o Imposto Mariana Mortágua. O adicional do IMI é um imposto que nunca visou introduzir justiça fiscal, mas apenas sacar uns bons milhões de euros aos contribuintes e penalizar, punir e castigar todos aqueles que um dia tiveram, pelos vistos a infeliz ideia, de poupar para investir. A essência deste imposto é fruto de puro ódio ideológico.
SONDAGENS. O PS continua a subir nas sondagens o que não surpreende de todo. É para elas que tem estado a trabalhar, não para reformar o país. A devolução acelerada de rendimentos e de privilégios a certas classes tem este efeito. É certo que a economia está a crescer menos que no passado, a divida pública se agiganta todos os dias e o investimento publico e privado está a sucumbir. Mas enquanto as consequências destes resultados não chegarem ao bolso dos eleitores, e acabarão por chegar se a situação não for invertida, a sua perceção da realidade será tendencialmente diferente. Sem embargo deve referir-se que qualquer sondagem parte da premissa: “se as eleições fossem hoje”. Ora as eleições legislativas são daqui a três anos. Se fossem hoje ou mesmo daqui a dois meses é porque algo de grave tinha acontecido ao país. Essa circunstância alteraria muita coisa.
INDIGNIDADE. É tempo de acabar com a pouca vergonha que se passa na CGD, onde só há um culpado. O Governo. Foi ele quem mentiu sobre o montante e a urgência da recapitalização. Quem nomeou os administradores, alguns deles depois chumbados pelo BCE. Quem triplicou os salários dos gestores e os excecionou dos limites remuneratórios. Quem convidou um acionista de um banco privado e concorrente da CGD para negociar em nome do Estado a recapitalização do banco público. Quem anuiu na dispensa da apresentação das declarações de rendimentos ao Tribunal Constitucional. O Governo é responsável por todas estas polémicas e a demissão de António Domingues não significa que tenham acabado. Devia haver outras demissões, não na CGD, mas no Governo. Não creio que isso vá acontecer.
Jorge Paulo Oliveira
Vice-Presidente da Comissão Política Concelhia do PSD de Famalicão