PONTO DE ORDEM
IMPOSTOS.
Numa altura em que nos aproximamos da apresentação da Proposta de Orçamento do Estado para 2021, é importante assinalar que Portugal, entre dívidas suspensas e dívidas consideradas cobráveis, tem 15 mil milhões de impostos por cobrar, ou seja, aquilo que esperamos receber a fundo perdido da União Europeia como resposta económica à pandemia.
FÁTIMA.
Não há diferenças assinaláveis entre juntar milhares de pessoas na Festa do Avante ou nas celebrações de 13 de setembro, no Santuário de Fátima. A motivação das pessoas é diferente, mas quando falamos de pandemia, os riscos são os mesmos. Os olhares não podem ser diferentes.
HABILIDOSO.
António Costa é “habilidoso”. Sempre que algo não corre bem, António Costa joga tudo, pois tudo é secundário para si, sejam pessoas, sejam princípios. Para calar as críticas vindas de todo o lado, incluindo do seu próprio partido, e do previsível “puxão de orelhas” do Presidente da República pelo seu apoio a Luis Filipe Vieira, de uma assentada, António Costa, pediu inconfessadamente àquele para o tirar da Comissão de Honra da candidatura à presidência do Benfica, sacou da cartola da remodelação do Governo, descartando e sacrificando pessoas, algumas em momentos chave da nossa vida coletiva, como as secretárias de Estado da Saúde, em plena pandemia, e a da Educação, no arranque do ano letivo e, para que a distração fosse total, inventou uma reunião do gabinete de crise, que não passou de uma farsa, sem conteúdo, ao ponto de a ter encerrado sem nada de relevante para dizer ao pais. É sempre assim, até um dia e esse dia acabará por chegar.
EXPROPRIAÇÕES.
O regime de simplificação dos processos de expropriação de terrenos ou de constituição de servidões administrativas que o Governo quer aprovar com a justificação de que é preciso criar condições para materializar o Plano de Estabilização Económica e Social (PEES), é um regresso ao passado, ao tempo do gonçalvismo, aos tempos do PREC. Mais de quatro décadas depois estão de volta os ataques à iniciativa privada, ao património pessoal e ao direito de propriedade. Não o podemos ignorar, nem o podemos permitir.
Publicado na edição de 23/09/2020 do jornal Cidade Hoje
Por Jorge Paulo Oliveira