É só o começo

12-05-2016

NACIONAL 14. O Governo não o disse, mas é como se o tivesse dito. A construção da via alternativa à EN14, que o anterior Governo concertou com os autarcas, projetou e lançou a concurso, não é para avançar. Na verdade, que outra interpretação pode ter a afirmação do Ministro do Planeamento e das Infraestruturas “estamos a analisar”, proferida no mesmo dia em que terminava o prazo para a apresentação de propostas?

FESTA. O Governo quer aplicar 500 milhões de euros da descapitalizada Segurança Social, há um mês eram 1400 milhões, num Fundo destinado a investir na reabilitação urbana. A ideia peregrina socialista é com o dinheiro dos pensionistas reabilitar 2702 fogos. Curiosamente quase todos em Lisboa. Em média a reabilitação de cada apartamento custará 185 mil euros, sim leu bem 185 mil euros. Uma vez recuperados, os fogos serão colocados no mercado do arrendamento. Sucede, porém, que, no mínimo, em 60% daqueles apenas serão cobradas “rendas acessíveis”, isto é, rendas abaixo do custo normal do mercado, o que inviabiliza a rentabilidade do investimento. O resultado está, pois, à vista. Depois da festa do Parque Escolar o Governo prepara-se para avançar com uma nova Festa. Enquanto a festa durar, os atuais e futuros pensionistas serão todos investidores imobiliários, mas quando a festa terminar e a conta chegar, serão apenas aqueles quem a vão pagar.

COMEÇO. O princípio do fim dos contratos de associação com as escolas do ensino particular e cooperativo é apenas, e tão só, o começo de uma agenda ideológica de uma maioria parlamentar que abomina tudo aquilo que não seja estatal, que não possa controlar, que não possa subjugar. Depois da Educação, virá a Solidariedade Social. A Catarina Martins já avisou que as Instituições Particulares de Solidariedade Social são uma “rede clientelar sem escrutínio público”, que deve ser combatida. Sobre o trabalho voluntário, de que vivem em parte aquelas instituições, Catarina Martins não podia ser mais transparente: “isso é uma treta”. O silêncio de concordância de António Costa e Jerónimo de Sousa deixa antever o que aí vem.


Vice-Presidente da Comissão Política Concelhia do PSD de Famalicão

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Jorge Paulo Oliveira

Jorge Paulo Oliveira